Freire, era de esquerda, ao menos é o que percebíamos. Pensando bem, nem tanto assim. Lançou-se à vida pública às custas do irmão Marcos Freire, senador pelo Manda Brasa (MDB) de PE, oposição à ditadura. Fora deputado federal pelo MDB e PMDB, antes de reorganizar o Partidão (PCB), já sem Prestes. O Cavaleiro da Esperança nunca confiou no "tecnocrata". Isso mesmo, Freire era tecnocrata, trabalhava em órgão do Governo Federal, na época da "Revolução" de 1964 e "dedurava" seus camaradas. Apoiou Tancredo contra Maluf em 1985. Fora candidato a prefeito de Olinda, pelo PCB, no mesmo ano. Reeleito federal, na coligação de Miguel Arraes (PMDB), avô de Eduardo Campos. Disputou Presidência em 1989. Reeleição para federal em 1990, apoiando Jarbas Vasconcelos (PMDB). Fundou o PPS, aproveitando-se da derrocada da ex-URSS, sob protestos de comunistas históricos, como Oscar Niemeyer. Elege-se senador, apoiando Arraes e Lula. Mas perde pra prefeito no Recife, em 1996. A partir daí, passa a flertar com o centro.
Em 1998, vice de Ciro Gomes, em PE, marcha com o tucano Carlos Wilson. Em 2002, volta pra Câmara dos Deputados, apoiando informalmente Jarbas, ao lado de PSDB, PFL e PMDB. Articula expulsão de Ciro Gomes, então Ministro da Integração Nacional de Lula e a ruptura do PPS com a base lulista. E, depois disso, o ex-comunista passa a liderar sublegenda dos tucanos, desde 2004. Elege-se suplente de Jarbas ao Senado em 2006. Apoia Geraldo Alckmin-José Jorge presidente e vice e Mendonça governador, derrotados. 2010, perde com Serra e Jarbas, mas se elege deputado federal por SP, após ser "conselheiro" (na verdade, aspone) da Sabesp no Governo Serra. Eduardo Campos é eleito para o Palácio do Campo das Princesas. 2013: PSB rompe com PT, Eduardo presidenciável. PPS, cansado das derrotas tucanas, troca de "marido". 45 pelo 40. Eduardo e, depois, Marina. Completa, assim, sua guinada para o campo do centro democrático. Não é reeleito por SP, mas está na suplência da coligação de Geraldo governador. (PSDB, PSB, DEM, PRB, PPS, PSC, SD, PTN, PSL, PEN, PTdoB, PSDC, PMN)
Depois disso, desta ficha pregressa de Sua Excelência, por quem fomos insultados no twitter uma vez, mas isto é irrelevante, chegamos a uma conclusão: Freire nunca foi de esquerda. E pior, age como se fosse do campo oposto. Sua agressão à deputada comunista Jandira Feghali (RJ), segurando com firmeza o braço dela é o atestado mais cabal de seu cinismo e oportunismo em sua vida pública. Tanto que até um democrata, isso mesmo, um ex-PFL, seu correligionário de oposição Alberto Fraga (DF), policial, ameaçou-o. Não questionamos o fato de Freire ser oposição à Dilma, apesar de seu partido, PPS, se juntar ao "independente" PSB. Da mesma forma que o DEM de Fraga ao "independente" PTB. Que seja oposição, mas um oposição civilizada, não deselegante, desleal, como estas legendas e o PSDB fazem e o PMDB, que finge que faz. Deveríamos acioná-lo por quebra de decoro parlamentar. Mas, em sua defesa vão alegar: Ah, o PT quer o mandato do Freire porque faz oposição à Dilma. Vão compará-lo aos deputados cassados durante a "Revolução" de 1964. Farão de Freire um herói, mártir. Bem ao estilo do PIG.
Pelo menos, saberemos de que lado eles e Freire estão. Não se trata de ser de esquerda ou de direita, somos independentes.
Apenas pensamos diferente.
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