Há alguns dias nós da esquerda vibramos pelas redes sociais ao escancararmos o despreparo de Rachel Sheherazade em uma entrevista no programa radiofônico do Pânico. Quem ouviu seus disparates lá notou que ela tomou um baile de Emílio Zurita, um "coxinha esclarecido", chamemos assim.
Hoje (06/05) ouvindo o referido programa cheguei a uma conclusão: Emílio é mais "perigoso" que ela. Bem mais. As almas que se prestam a ouvir Scheherazade estão perdidas. As que ouvem o Pânico, em tese, não. O público alvo do programa é de jovens das classes C a B, em uma faixa etária de 15 a 30 anos, ou seja, muitos terão ano que vem sua primeira eleição, outros tantos tiveram a primeira em 2014: são pessoas que só conheceram o Brasil na administração petista e não tem noção do que foram os anos 90.
Sem se arrogar como "líder de uma geração" ou "tiozão da galera", papéis que cabem melhor a um Sergio Groisman, Zurita surge como uma voz que essa turma mais jovem ouve e confia. Ele transmite credibilidade.Mérito dele, profissional com décadas de microfone.
Feita essa introdução, relato o que ouvi hoje e motivou esse post.
O entrevistado de hoje foi Rafinha Bastos. Ao ser questionado pela razão do fim de seu programa na TV Bandeirantes (não gosto de chamar de BAND...). Emílio interveio e começou a falar da crise. Usou aquele discurso patronal que justifica toda e qualquer demissão, cortes de despesa e de investimentos e, em um dado momento culpou nominalmente o ex-ministro Guido Mantega pelos problemas econômicos do país. Miriam Leitão não faria melhor exposição. Ocorre todavia que dentre os participantes fixos do programa está ninguém menos que a filha do ex-ministro, Marina Mantega.
Quando foi dada a palavra a moça eu, como petista, esperava sinceramente uma palavra de defesa, senão como eleitora do partido do pai (espero que seja...) mas como filha. Imagino-me tendo meu saudoso pai atacado em um programa de rádio e eu defendendo com unhas e dentes, mais do que com argumentos. Ficou a imagem para a molecada que ouve o programa que a atuação do pai dela, talvez o melhor ministro da economia que o país já teve (certamente mais longevo), era indefensável.
Concordo com a frase de que "não existe humor a favor", mas quando o humor começa a ser de direita, temos muito com o que nos preocupar.
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