Há uma ex-pequena rede de farmácias no
município de São Paulo que pode ser considerada um fenômeno.Com apenas quatro lojas físicas, todas na mesma avenida, ela consegue oferecer preços iguais ou menores
que outras drogarias que possuem presença nacional e, portanto, mais escala em
suas compras junto aos laboratórios e maior poder de negociação.
Dois aspectos chamam a atenção no
modus operandi dessa empresa em suas, digamos, relações com a sociedade. O
primeiro: ela se vale integralmente do trabalho de funcionários de uma
cooperativa cujo endereço era, quanta coincidência, na mesma Avenida de suas
quatro lojas. Como se sabe, o trabalho cooperado não oferece ao trabalhador as
mesmas garantias que a CLT impõe. Para os patrões, é o mundo ideal: paga-se à
cooperativa um X por cooperado e ela disponibiliza o pessoal para as atividades
da empresa contratante remunerando-lhes com X-Y.
Como é razoável supor que o dono da
rede farmacêutica tenha, digamos, voz atuante na administração da cooperativa,
imaginem como a situação acima agrava-se.
Há registro de inquéritos movidos
contra seu proprietário por receptação de carga roubada (imaginem de que
produtos), sonegação de impostos e até falência fraudulenta, que visou
prejudicar credores trabalhistas.
O outro aspecto relevante dessa
empresa é sua estratégia de marketing. Boa parte dos programas populares da televisão
são patrocinados por essa empresa. Muitos
deles, de cunho religioso. Seu proprietário adora as câmeras e os microfones,
que por sua vez adoram o dinheiro por ele injetado.
Notaram duas coincidências com temas
que nos são muito caros em nossa militância ? Não há como ler esse texto sem
fazer um link direto com a aprovação do Projeto de Lei 4330 que versa sobre a
terceirização. A manobra feita pelo empresa aqui retratada agora vai ser
facilitada caso seja sancionado o texto da forma em que hoje ele está. Apesar
de não termos grandes esperanças com o Senado, sempre podemos esperar pelo bom
senso e o veto presidencial. #VETADILMA
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