A mídia é de direita e ponto.Não adianta espernear contra esse fato.É um fato concreto que nem 4 gestões petistas tiveram a força de mudar.Lembro quando da derrocada da TV Manchete do interesse da CUT em assumir a frequência...Claro que não deu em nada e somente em 2015 surgiu, envolta em grandes esperanças, a TVT.Pelo menos por hora, uma empreitada carente de êxito.Lembro da noite do fatídico 15/3, onde adoraria ver um contraponto jornalístico-opinativo no canal que, candidamente, exibia um programa sobre samba. Reconheço a qualidade do programa (produzido pela TV Brasil, estatal) mas a falta de senso de oportunidade foi lamentável.
Dado o conservadorismo da mídia, temos que vibrar a cada pequena conquista de espaço no território inimigo.Raspas e restos nos interessam. Jô fez uma entrevista com Dilma? Uau!!! Não importa que ele faça isso diariamente há quase vinte anos com todo tipo de gente.Marieta Severo fez um leve contraponto ao discurso hegemônico em pleno Arquivo Confidencial? Noooooooossa! Festa na TL progressista! O pior é que as comemorações realmente se justificam... A partir desses fatos, fiquei lembrando dessas pequenas "invasões" da esquerda na mídia e quero dividir com vocês algumas que lembro...Se lembrarem de outras, os comentários estão à disposição.
A primeira que lembro é, ironicamente, de Lobão entoando o "Lula,Lula" em 89 em pleno Domingão do Faustão...
A memória afetiva traz outra, relativamente recente, do jornalista Flavio Gomes, no microfone da Rádio ESPN Estadão, e daí o simbolismo do fato, afirmar com todas as letras que Lula havia sido o melhor presidente da história do Brasil. Evidentemente ambos foram punidos.O cantor virou persona non grata na Globo por anos e o jornalista, na primeira oportunidade, demitido.Lobão "aprendeu": hoje comunga da cartilha astrológico-filosófica Olaviana e mendiga espaços na mídia. Flavio Gomes segue sua carreira em outra TV e mantém um premiado blog sobre automobilismo.
Houve uma que considero mais poética que política, mas entendedores entenderão. No único capítulo da novela Avenida Brasil que vi inteiro, houve uma cena em que o mendigo interpretado por José de Abreu chama o personagem de Juca de Oliveira de "coiso". Quem segue o @zehdeabreu sabe a quem ele costumava chamar assim e, pra quem não sabe, o outro ator, competente em seu ofício, reconheça-se, é uma espécie de oráculo do coxinhismo paulistano, com suas peças escritas com o "sangue nos olhos" de quem lê a VEJA e acredita...
Outras pequenas vitórias foram algumas colocações de Marcelo Adnet em seu programa -travestido de humor, ali ele deu claros sinais de que sim, a mídia progressista já incomoda a Vênus Platinada. Tanto é assim que um dos raros personagens fixos era exatamente um blogueiro.Eu via a figura e o relacionava com o Miguel do Rosário, do ótimo Cafezinho: alguém que, escrevendo de sua casa, consegue ser uma pedrinha no sapato de um gigante.
A deliciosa gaiatice de Eduardo Goldemberg ao gritar "Faz um 12, Brizola!" no microfone da Globo em um festival de música é um símbolo da irreverência de um Rio de Janeiro que vive sob o jugo da TV, das rádios e do Jornal da família Marinho. Claro, impossível fazer um apanhado desse tema sem lembrar do direito de resposta lido por Cid Moreira em plena bancada do Jornal Nacional. Desde então a Globo estreitou seus laços com o judiciário e nunca mais teve que amargar nada parecido - ou alguém lembra de alguma derrota da Globo no Judiciário após o advento do Premio Innovare?
0 comentários :
Postar um comentário